De Diana Pintus -Tradução de Marta Tofi
“Quando o movimento paralímpico encontra o Rio, qual é o resultado? Uma festa para todos os sentidos, provocando, inspirando e celebrando a dimensão humana”.
Isso tinha falado para nós, alguns dia atrás, o Fred Gelli, diretor criativo da cerimonia de abertura junto ao jornalista e escritor Marcelo Ruben Paiva e ao artista plastico Vik Muniz, alèm de ter criado junto com a sua azienda Tatíl, a marca dos Jogos Paralimpicos: um coração
“Esta marca chega com um diferencial em relação a todas as outras marcas. É a primeira vez na história em que, além de ser tridimensional e poder sair do papel. Além disso, a marca Paralímpica é multissensorial e pode ser explorada pelo público. Ela será exposta desta forma em locais estratégicos de passagem de público pela cidade e dos atletas como, por exemplo, a Vila dos Atletas, para que a experiência de contato com a marca esteja ao alcance de todos, independentemente de deficiências.” Uma marca, adicionou o Fred, “alinhada com os valores do Movimento Paralímpico: coragem, determinação, inspiração e igualdade. Nosso objetivo foi criar uma marca que pudesse inspirar as pessoas tanto quanto um atleta Paralímpico o faz por meio da sua determinação e capacidade de se superar.”
Uma marca que tem tudo a ver com o concept da Ceremonia de Abertura. “Logo que começamos a pensar na criação da cerimônia, entendemos que deveríamos usar o mesmo caminho da concepção da marca, que fala, acima de tudo, do que nos torna iguais. O coração é comum a todos os humanos independentemente da forma do corpo, cor, sexo, se tem ou não deficiência”.
. Ainda sobre a conexão com a marca paralímpica, a cerimônia fala também da energia infinita que esses atletas têm para sair do fundo do poço depois de terem nascido com deficiências ou sofrido acidentes para chegarem ao alto do pódio”.
Para finalizar esse caminho foram muitas as pessoas que contribuíram. Tem muita Itália também, dentro da Ceremonia, como falou Alfredo Accatino, diretor criativo da empresa Filmmaster Events, já autor das ceremonias olímpicas e paralimpicas de Turin 2006: “foi feito um trabalho muito bom. A produção é Italiana, foi feita por Filmmaster com os parceiros Brasileiros de SRcom, que fundaram junto com a gente a sociedade Cerimonias Cariocas 2016. E estão na equipe dozenas de profissionais Italianos que trabalharam no projeto: stage managers, figurinistas, diretores de luzes, produtores executivos são Italianos. A parte creativa foi deixada com os Brasileiros, foi uma escolha, e eu acredito que foi uma escolha boa. A gente achou melhor que fossem eles a contar quem são e o que querem ser. Eu considero esse trabalho um ótimo exemplo da qualidade do trabalho Italiano no mundo, e acho que a gente tem que ser orgulhosa dele”.
Missão cumprida, como dà para ver jà a partir dos primeiros segundos,quando o Maracanã, cheio, embalado, festoso,colorido, trepida na contagem regressiva . O começo é duma velocidade extrema: aparece o Presidente do IPC Philip Craven, e depois nova contagem regressiva e a explosão ,com o pulo espetacular de Aaron Wheelz, desde uma rampa de 17 metros , o voo na cadeira de rodas, o aterrizagem e os foguetes.
Falam que o Aaron Wheelz, Estadounidense de Las Vegas que sonha de desenhar a cadeira de rodas mais estrema de sempre,falou assim : “se tem rodas como è possivel que não seja divertido?” E assim, logo depois chega a homenagem a roda, e a escolha da roda de samba,conducida por Pedrinho da Serrinha, que tem sò sete anos mas jà toca o pandeiro como nos não conseguiriamos em séculos, tem um valor cultural poderosisimo.
Missão cumprida: quando o movimento paralimpico encontra o Rio de Janeiro o resultado è uma festa para todos os sentidos.
Assim vem a homenagem ao Rio de Janeiro atravès de um dia lotado na praia, com as sombrinhas, as bolas e os vendedores de mate batuqueiros,para pasar depois,com uma extraordinaria capacidade de atravessar as emoçoes em tempos brevíssimos, a emoção do Hino Nacional Brasileiro na versão especial do Mestre João Carlo Martins, de novo na escena depois de ter abandonado o piano por causa duma atrofia nos dedos duma mão.
Entra a bandeira brasileira e o clima se faz mais serio. O publico acompanha e suporta com calor cada uma das 159 delegacoes de atletas que desfilam . È um publico extraordinario aquele do Maracanã e o fragor que acompagna a caminhada do Zimbabwe,ultima delegação antes do Brasil ,è todo para os 286 favoridos de casa. Assim como os assobios dos 50.000 espetadores são sò para o Presidente não eleito Michel Temer e dà para ouvir ele, fortíssimos, quebram o discurso do presidente do comitado organizador Rio 2016 Carlos Artur Nuzman sò na hora de agradeçer as sutoridades municipais,estaduais e federais. Explode fortisimo e consciente o “Fora Temer” do publico,que acaba de escutar o discurso inaugural de Philip Craven com extremo respeito, quando Temer fala as poucas palavras de rito: “declaro oficialmente abertos os Jogos Paralimpicos do Rio 2016”
Explode fortisimo e consciente o “Fora Temer” do publico,que acaba de escutar o discurso inaugural de Philip Craven com extremo respeito, quando Temer fala as poucas palavras de rito: “declaro oficialmente abertos os Jogos Paralimpicos do Rio 2016”
Ritorna la calma, immediata, quando il presidente abbandona il palco in maniera un po’ frettolosa, e inizia l’esplorazione dei sensi, mettendo in discussione l’importanza della vista con esplosioni di luce e momenti di black out, e della scomposizione della figura umana, attraverso la danza, il movimento, l’indagine sulla relazione tra l’uomo e la tecnologia, incarnata dalla snowboarder e ballerina americana Amy Purdy che danza insieme a un robot su protesi in punta, e poi inizia a sambare con la massima naturalezza. Lei è splendida. Il robot è un robot.
Começa a exploração dos sentidos,colocando em discussão a importancia da visão com explosões de luz e momentos de black out, e do despedaçar da figura humana atravès da dança, do movimento ,da pesquisa sobre a relação entre homem e tecnologia, representada por a snowboarder e dançarina americana Amy Purdy que dança junto com um robot com protesis em ponta ,e depois começa a dançar dum jeito espontaneo e natural . Ela è maravilhosa. O robot è um robot.
Chove chuva, chove sem parar, como fala uma canção de Jorge Ben Jor, no momento da maior magica, na hora de acender a pira. Em poucos reparam que começou a chover, uma chuva fortíssima. O corredor Antonio Delfino de Souza começa passando o testemunho a Marcia Malsar, ex atleta que deu um impulso enorme ao movimento paralimpico brasiliano. Ela segue o caminho, a passos pequenos e cae no terreno sempre mais molhado, sempre mais escorregadiço, mas se levanta logo e a tocha chega a sprinter cega Adria Rocha dos Santos que com muito cuidado pasa a tocha ao ultimo da catena,Clodoaldo Silva.
O nadador, um dos mais importantes atletas brasileiros em atividade , ve na sua frente uma escada,para perplexo e a escada,como por uma magica, vira rampa. Clodoaldo, chamado “o tubarão”, nada, literalmente, atè a cima e acende a chama. Naquele instante preciso a chuva para, não conseguiu apagar o foco.
Agora è a vez do Seu Jorge,que conclui cantando: “È preciso saber viver” dando-nos como presente a ultima certeza de ter vivido uma noite especial,capaz de ser alèm do tempo e do espaço mas ao mesmo tempo “aqui e agora” , no Rio de Janeiro, dentro a cidade, dentro a cultura, dentro as pessoas.
Quem espera que a vida Seja feita de ilusão Pode até ficar maluco Ou morrer na solidão É preciso ter cuidado Pra mais tarde não sofrer É preciso saber viver Toda pedra do caminho Você pode retirar Numa flor que tem espinhos Você pode se arranhar Se o bem e o mal existem Você pode escolher É preciso saber viver É preciso saber viver.
Hoje não dá mesmo pra escolher quem agradecer.
Agradecemos então o Universo pra poder estar aqui. No Universo estão vocês também, gente!